Por Karoline Evangelista
Quando
desejamos algo, buscamos. E para possuirmos, pagamos.
Ao
fazermos um “favor” para alguém, ouvimos a declaração: “Obrigado”.
Obrigado
este alguém ficou a devolver-nos o “favor”, mesmo que digamos: “de nada”.
Se
amarmos, queremos ser amados.
Se
fizermos o bem, esperamos ser recompensados.
Se
recebermos ingratidão e desamor, guardaremos rancor.
É
o natural. Tudo isso parece moral.
É
recorrente ouvir: “Ame a si mesmo antes de amar ao próximo”.
Tudo
isso faz da palavra graça nada além de uma utopia.
Afinal
a avó já dizia: “Preste atenção, meu filho, nada na vida é de graça”.
Quando
então nos surpreendemos com o texto sagrado:
“Porque
pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus” (Ef.
2.8).
Não
oferecemos festa e nem possuímos nenhuma condição de recompensar o Criador, mas
este Deus Todo Poderoso nos presenteou com o seu amor quando ainda éramos
pecadores (cf. Rm 5.8). A loucura da graça! É o que o apóstolo Paulo afirma: “Porque a palavra da cruz é loucura para os que
perecem; mas para nós, que somos salvos, é o poder de Deus” (1Co 1.18). Como
harmonizar o mundo natural com uma graça sobrenatural? Paulo escrevendo aos
coríntios esclarece:
“Mas nós não
recebemos o espírito do mundo, mas o Espírito que provém de Deus, para que
pudéssemos conhecer o que nos é dado gratuitamente por Deus. (...) Ora, o
homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem
loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente” (1
Co 2.12,14).
Somente
através da obra do Espírito Santo um peregrino nesta terra estranhamente
normal, onde se paga para nascer, viver e morrer; conseguirá aceitar que a
Salvação é pela graça e que não há absolutamente nada que se possa fazer para
merecer. Simplesmente não merecemos, mas recebemos. E com a salvação, uma vida
de contínua transformação, uma vida de fato viva, em um aspecto eternamente
superior e pleno. Somente os que receberam essa nova vida podem declarar como o
apóstolo Paulo: “Já estou crucificado com
Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na
carne, vivo-a pela fé do Filho de Deus, o qual me amou, e se entregou a si
mesmo por mim (Gl 2.20). Você não
merece; seus méritos não alcançam; você não pode; você não tem, mas você
precisa; você depende do favor de outrem. Você quer? Você crê? “Quem tem sede, venha; e quem quiser, tome de graça da
água da vida” (Ap 22.17).
___________________________________________________________________
As postagens são de inteira responsabilidade dos autores e as opiniões nelas expressas não refletem, necessariamente, a opinião dos outros colunistas bem como do Corpo Editorial do Blog
0 comentários:
Postar um comentário