por Pedro Henrique
A verdade sobre o domínio do pecado e sua atividade no ser é intrigante
para o homem, mesmo para muitos cristãos professos. Muitos julgam que não há
maldade alguma em suas ações, e as defendem segundo a liberdade e direito de
fazerem o que quiserem de suas próprias vidas. Alguns afirmam que a concepção
de pecado é relativa a cada indivíduo, afirmando não ser pecado a prostituição,
a embriagues, etc.
O curso e a vida da maioria das pessoas, os pecados escandalosos, a
apostasia e afastamento de muitos parecem requerer a devida atenção sobre este
tema que foi esquecido em nossos dias. A verdade sobre a humanidade e o seu
estado de total depravação precisam ser deveras consideradas.
A - Há um princípio que nos move
Agostinho afirmava que o pecado é a mãe da vontade, ou seja, que a
vontade faz tudo quanto o pecado deseja. Ao considerar a declaração de Paulo em
Gl 5.17: "Porque a carne cobiça contra o Espirito, e o Espirito contra a
carne ...", observamos que ou somos movidos pelo Espirito de Deus ou pelo
pecado, e que não existe neutralidade, pois se esta
existisse poderíamos afirmar que na luta contra o pecado o homem é
capaz de resisti-lo. Portanto, ainda que o homem reflita sobre o erro cometido
e crie defesas próprias contra o mal que o aflige, não demorará muito para que
encontre-se dominado e tenha suas defesas vencidas.
A luta contra o pecado é incapaz de ser vencida pelo homem, e não apenas
isto, é uma luta que o homem já perdeu. Quando nos desviamos de um pecado logo
nos abraçamos com outro e fazemos as pazes com ele em nossos corações. Os
irmãos de José decidindo não matá-lo, venderam-no como escravo (Gn 1.26-27).
Fechando os olhos para um terrível erro, cometeram outro erro terrível.
B- O homem em suas ações não busca a glória de Deus
Os homens vivem em inimizade contra Deus, mortos em seus pecados. Não
importa o quanto se achem vivos, estão tão mortos quanto um corpo lançado em um
túmulo. Não há vida operando em seu interior, são as próprias trevas (Ef 5.8).
Podem escolher vestir a morte de maneira gloriosa, e quanto mais mostram-se
dispostos a defenderem o direito de viver de maneira imoral, mais revelam a
depravação enraizada no raciocínio, e na vontade.
O entendimento entenebrecido não ascende as coisas de Deus. Suas ações
são conforme o estado interior, imundas. As faculdades não são empregadas para
a glória do criador. São constantemente dominados pelo pecado, que produz neles
os seus horrorosos efeitos.
C - O coração é a sede do pecado
As tentações e provocações exteriores estimulam o pecado, mas o que
fazem é apenas destampar o vaso para deixar sair o que está dentro. A raiz,
origem e inspiração dos maus desígnios, homicídios, adultérios,
prostituição, e tantos mais, está no coração. Tentações não acrescentam nada à
pessoa, somente puxam para fora o que está no interior.
Qual homem tirará algo bom de um mau tesouro (Lc 6.45)? Assim é o
coração do homem. Uma fonte corrupta e desesperadamente dada ao engano. Esta
fonte é a cidade forte do pecado, onde ele mantém-se como dominador todos os
dias.
Notas
[1] Bíblia Almeida Corrigida e Revista Fiel.
[2] OWEN, John. Para Vencer o Pecado e a Tentação. Editora
Cultura Cristã, 2010, p. 249.
0 comentários:
Postar um comentário